Era na Grécia, e a Pérsia farejava insetos. Mas era desde o começo, e os ruminantes descascavam sementes com os dentes.
Mas houve um sopro de magnitude e os abacateiros floriram, e os maracujás, insípidos como toda fruta ácida, sugavam das raízes o húmus puro e fresco, e assim se passavam os dias até que, um dia, Tâmara estava escovando os dentes e afastou as cortinas para melhor ouvir o ruído, um baque seco aspirando a batuque. Mas um flautista colheu Tâmara e a abocanhou com os dentes, e do sumo misturado com a saliva brotou um bolor multicor que sempre se disfarçava de cicatriz ao menor sinal de peripécias furtivas.
Era assim, era assim e era assim.
E foi sempre assim, então Tâmara gaguejou e do seu sorriso cintilaram faíscas negras que viraram micropedras derramando sucos, e essas micropedras, que brotam do chão, nós as chamamos de tâmaras, aquelas frutas que se metamorfoseam em caracois e vão se acasalar no mar.
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